ESTAMOS EM AIX EN PROVENCE/FRANçA. BONITA CIDADE... A VIAGEM DE TURIN PARA MARSEILLE FOI BEIRANDO O MEDITERRANEO... LINDA!!! O SHOW EM TURIN FOI BEM BACANA.
AQUI EM AIX FOI UM SARAU ACùSTICO PARA APROXIMADAMENTE 70 PESSOAS. UM SUCESSO!!!
BOAS SEMENTES PLANTADAS...
TERçA SEGUIMOS PARA LISBOA. CANTAMOS NO MUSEU DA MùSICA!!!
Este é um espaço de andar nos caminhos de Dona Cultura Popular... O nome foi idéia do Leonardo Avelar lá de Montes Claros, norte de Minas, durante as "Festas de Agosto", 2008. Aqui é uma estalagem. Um lugar de "prestar atenção nas coisas e fazer um minuto de paz", como diz Beto Guedes. Um lugar de ativar a lembrança de si mesmo, de reaprender a olhar ao redor, de admirar as bonitezas da vida... BEM-VINDO!
CULTURA POPULAR PARA MIM é o jeito de fazer as coisas que o povo tem. E esse jeito, a meu ver, é sempre religioso. É uma forma de encarar a vida e o mundo que carrega em si o desejo, invariável e intrínseco, de se comunicar com o desconhecido e conviver com o divino. E não só com o incompreensível céu, mas, e ainda mais, com o mistério telúrico que somos nós mesmos, gente humana.
“O mastro é o centro do mundo”, me disse certa vez meu saudoso mestre, O Capitão dos Catopês de Bocaiúva, João do Lino Mar. Meditei a respeito dessa afirmação durante algum tempo e foi uma das coisas mais bonitas que já escutei. É claro! Para os devotos, o eixo do planeta é o lugar que eles elegeram para conversar com Deus. Ali, quando o mastros se levantam, avisam que mais uma vez a luz está presente na terra, através dos destacamentos do Grande Poder: Nossa Senhora do Rosário, São Benedito, Divino Espírito Santo, alguns dos legítimos representantes da Força Superior.
A Saudade do Futuro, de uma plenitude já experimentada, é patrimônio da humanidade. No entanto, talvez a maioria dos agrupamentos humanos modernos tenha se esquecido desse sentimento poderoso que abre o portal da “lembrança de si mesmo”, dá sentido ao que somos, ao que estamos, de fato, fazendo aqui, e nos aponta o caminho a seguir.
Os devotos, os sertanejos, o povo que tem fé, os mestres daqui, de lá, do mundo todo, estão bem acordados, sentindo, dançando, cantando, dando glórias ao Céu. E no momento em que os Catopês, a Folia, o Boi de Janeiro, o barro de Lira, de Ulysses, o canto das Lavadeiras, o Trono Coroado, a madeira de Zefa, a benzeção, a Marujada, os Caboclinhos e a beleza da cultura indígena passam diante de nossos olhos, até o mais agnóstico se sente pertencido. Seja estrangeiro, seja do lugar.
“Aquilo” fica impregnado dentro de nós. Parece que encontra moradia lá no fundo do coração. A gente se emociona e nem que seja por um lampejo de segundo aceita de maneira inequívoca o nosso lugar, o nosso papel e a nossa missão no mundo.
Esse é o poder e a vocação do que chamamos de cultura popular...