Inteligência, cultura, tradição, encanto, simpatia, beleza, energia, são os atributos inerentes à Déa Trancoso, essa mineira de garra lá de Almenara. Excelente programa, gostei do repeteco do programa. Parabéns!
Este é um espaço de andar nos caminhos de Dona Cultura Popular... O nome foi idéia do Leonardo Avelar lá de Montes Claros, norte de Minas, durante as "Festas de Agosto", 2008. Aqui é uma estalagem. Um lugar de "prestar atenção nas coisas e fazer um minuto de paz", como diz Beto Guedes. Um lugar de ativar a lembrança de si mesmo, de reaprender a olhar ao redor, de admirar as bonitezas da vida... BEM-VINDO!
CULTURA POPULAR PARA MIM é o jeito de fazer as coisas que o povo tem. E esse jeito, a meu ver, é sempre religioso. É uma forma de encarar a vida e o mundo que carrega em si o desejo, invariável e intrínseco, de se comunicar com o desconhecido e conviver com o divino. E não só com o incompreensível céu, mas, e ainda mais, com o mistério telúrico que somos nós mesmos, gente humana.
“O mastro é o centro do mundo”, me disse certa vez meu saudoso mestre, O Capitão dos Catopês de Bocaiúva, João do Lino Mar. Meditei a respeito dessa afirmação durante algum tempo e foi uma das coisas mais bonitas que já escutei. É claro! Para os devotos, o eixo do planeta é o lugar que eles elegeram para conversar com Deus. Ali, quando o mastros se levantam, avisam que mais uma vez a luz está presente na terra, através dos destacamentos do Grande Poder: Nossa Senhora do Rosário, São Benedito, Divino Espírito Santo, alguns dos legítimos representantes da Força Superior.
A Saudade do Futuro, de uma plenitude já experimentada, é patrimônio da humanidade. No entanto, talvez a maioria dos agrupamentos humanos modernos tenha se esquecido desse sentimento poderoso que abre o portal da “lembrança de si mesmo”, dá sentido ao que somos, ao que estamos, de fato, fazendo aqui, e nos aponta o caminho a seguir.
Os devotos, os sertanejos, o povo que tem fé, os mestres daqui, de lá, do mundo todo, estão bem acordados, sentindo, dançando, cantando, dando glórias ao Céu. E no momento em que os Catopês, a Folia, o Boi de Janeiro, o barro de Lira, de Ulysses, o canto das Lavadeiras, o Trono Coroado, a madeira de Zefa, a benzeção, a Marujada, os Caboclinhos e a beleza da cultura indígena passam diante de nossos olhos, até o mais agnóstico se sente pertencido. Seja estrangeiro, seja do lugar.
“Aquilo” fica impregnado dentro de nós. Parece que encontra moradia lá no fundo do coração. A gente se emociona e nem que seja por um lampejo de segundo aceita de maneira inequívoca o nosso lugar, o nosso papel e a nossa missão no mundo.
Esse é o poder e a vocação do que chamamos de cultura popular...
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Inteligência, cultura, tradição, encanto, simpatia, beleza, energia, são os atributos inerentes à Déa Trancoso, essa mineira de garra lá de Almenara. Excelente programa, gostei do repeteco do programa. Parabéns!
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